segunda-feira, outubro 04, 2010

um mosquito a zumbir-me ao ouvido

Eu sei que tu consegues ouvir-me; ver-me; sentir-me presente. Apenas optaste por não querer fazê-lo. Tratar-me como mais uma pessoa da multidão; alguém que nem conheces, parece-te muito mais fácil, não é? Pois deixa-me (re)lembrar-te de uma coisinha um tanto curiosa: eu não sou, nem nunca serei apenas mais alguém no meio de outros alguéns. Porque eu sou e sempre serei aquela rapariga que te roubou o primeiro beijo. Que passou noites inteiras deitada do teu lado, a sussurrar-te o que pensava, enquanto dormias. Que contigo trocou segredos, histórias, sonhos, medos… tudo o que vinha à cabeça! Que fugiu contigo à noite tantas vezes, pela madrugada, ignorando o risco; abraçando a adrenalina. Que por ti nutriu uma paixão imensa durante anos, apesar do tudo e do nada que fazias. Que partilhou contigo grandes e incansáveis momentos indescritíveis e memoráveis. Que foi, em tempos, a tua melhor amiga; confidente predilecta. Que nunca desistiu de ti, afinal de contas. (…) Mas bem, pelos vistos, isso não nos valeu de nada. Continuas a agir como se nem fosses mais aquele rapaz com que vivi uma grande história… Continuas a agir como se o Passado nem tivesse nenhuma importância, apesar de, há nem muito tempo atrás, me teres dito que este jamais deveria ser ignorado. Pois, bem, ou és um grande hipócrita mentiroso, ou então tudo o que experienciámos não foi real… Já nem sei que pensar. 

Não te vou dizer que estou surpreendida com a tua escolha de me ignorares completamente, porque foi mesmo nisso que te revelaste, com o passar do tempo: um cobarde indeciso e perdido que, em vez de encarar os seus próprios problemas, vira as costas e finge que não vê

serás sempre nada mais que uma enorme (des)ilusão

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