sábado, janeiro 12, 2013

You're my only Hope...


Apareceste vindo do nada, ainda de bagagem às costas, com ar cansado e derrotado. Talvez foi isso que me chamou a atenção em ti: o facto de quase que pareceres um reflexo meu. Ainda me lembro tão bem da primeira vez que reparei realmente em ti… Sentado sob a calçada, de olhar perdido no vazio que se apresentava à tua volta. Aproximei-me, com a curiosidade a palpitar-me no peito. Nem sei porque é que o fiz; porque é que te abordei naquela noite, quando não passavas de um mero conhecido de vista. No entanto, hoje, agora, apercebo-me que foi uma das melhores decisões que tomei. 

Sentei-me ao teu lado e rapidamente senti o teu braço à minha volta. Perguntei-te se estavas bem, apesar  de já saber a resposta, e tu nem me respondeste. Falaste-me da morte e da vida, como se me conhecesses há muito tempo. "Derramaste-me" a tua alma, num ápice, como que um acto tão natural como respirar. E, a meio das tuas palavras, ias me dizendo: "Não me deves estar a perceber…". Mal sabias tu que eu era a pessoa que mais compreendia aquilo que pregavas.

Os tempos foram passando e, juntos, fomos reconstruindo uma Vida aparte do Mundo. Vida essa recheada de conversas sobre tudo e mais um pouco; sobre nada, às vezes. Repleta de gestos sinceros, de explosões de pensamentos e sentimentos; de tudo. Um castelo nascido de poeira. 

Neste momento, posso assegurar-te que deixaste de ser aquele mero rapaz que conheci numa noite qualquer. Tu és a minha esperança. A minha esperança de que, um dia, talvez, quem sabe?… Conhecer-te ao acaso foi o melhor pedaço de Destino que presenciei alguma vez na minha Vida. E, por vezes, ponho-me a pensar: "E se eu te tivesse ignorado naquele momento? E se eu me tivesse deixado estar?". Caso o tivesse feito, tu não estarias aqui, agora, a iluminar-me os dias, as noites e os caminhos. 

Vou guardar-te para sempre, aconteça o que acontecer. 

Sem comentários:

Enviar um comentário