sexta-feira, abril 19, 2013

Cartas Deixadas ao Vento (III)


Tu e eu, naquela hora, não éramos certos. É a verdade: nenhuma parte de mim estava pronta para receber-te; e nenhum centímetro do meu ser te merecia. Nunca te mereci, na verdade - todo o Mundo sabia disso. Mas obrigada. Obrigada por teres insistido em ver sempre o melhor de mim. Obrigada por teres insistido em ficar, mesmo depois de todos os meus empurrões e ataques de ira. Obrigada por teres visto em mim uma razão para esperar e para tentar, mesmo que não resultasse.

Dizem que quando nos apaixonamos realmente por alguém - como tu o fizeste por mim -, entregamos uma parte de nós que, assim, deixa imediatamente de nos pertencer, para ficar do lado da outra pessoa.  E eu guardei tudo aquilo que me entregaste. Está aqui, selado num envelope que guardo junto à cabeceira para, noite após noite, adormecer com a lembrança de que, outrora, alguém genuinamente bom viu em mim uma razão para acordar de manhã; que viu em mim aquilo que mais desejava. Para me lembrar de que, um dia, tu me adoraste perdidamente, mesmo que isso implicasse perdereste de ti próprio.

Espero que nunca tenhas caído no erro de pensar que não fizeste o suficiente por mim... porque eu é que jamais seria suficiente para te fazer feliz como tu realmente merecias e sempre mereceste. Fico feliz por teres encontrado alguém capaz - mesmo que não seja eu. 
Serás sempre aquele amor tímido com que nunca soube lidar. Aquele amor que nunca reguei; que nunca deixei crescer, por pura cobardia. Aquele amor que deixei fugir demasiado depressa, para sequer me aperceber do que estava a deixar escapar.
Adoro-te e vou sempre adorar-te, my Dearest friend. 


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