quinta-feira, maio 09, 2013

Eles amam-se. Mas não o dizem.



Eles amam-se. E mais... Eles são loucos um pelo outro. Mas não o dizem, por mais que a força o queira, por mais que o coração o denuncie, quando se vêem, quando estão juntos. Tudo em segredo, mas toda a gente o sabe. Ele ama-a. Ela ama-o. E não conseguem ficar juntos. Ele precisa de silêncio, como ela precisa de palavras. Ele perde-se em músicas, ela perde-se em histórias, por não se puderem perder um no outro. E há quem diga que eles deviam lutar. E há quem diga que eles deviam desistir. Mas eles não dizem nada. Só se limitam a amarem-se um ao outro, simplesmente por não saberem fazer outra coisa. Ela quer certezas, ele quer-lhe a ela. E por mais que o tempo passe, eles irão sempre pensar um no outro ao olharem para a Lua, numa noite qualquer. Eles amam-se e vão vivendo com isso, enquanto a vontade de estarem um com o outro os sufoca cada vez mais, de dia para dia. E eles vão sorrindo, tentando ignorar a saudade um do outro, que só eles a sabem. Mas não o dizem. “Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos”. Os dias passam pela Avenida onde eles, outrora, se cruzavam, mas é o sentimento que fica sempre, para recordá-los de um Amor que ambos tornaram impossível de viver, e impossível de largar. Eles amam-se, mas não sabem o que fazer. E, por isso, não fazem nada. Deixam-se estar, cada um no seu lado, e só se encontram nas imensas memórias que viveram a dois. E lá se vão afastando e perdendo, contudo, sempre guardando aquele pedaço que roubaram um do outro. Aquele pedaço deles que jamais deitarão fora, por ser a única coisa que restou. E ela ainda acorda com ele na cabeça. E ele ainda se deita, imaginando que ela está ao seu lado. E eles amam-se. Hão de-se amar sempre, até ao final dos tempos. E eles sabem de tudo. E eles sabem que ambos os seus corações para sempre baterão ao soar dos seus nomes, até ao último palpitar. Até ao último suspirar. “Até que a Morte os separe”, apesar da própria Vida já o ter feito...

Mas, quiçá, quem sabe?, um dia se reencontrem, sem estarem à espera, completamente por acaso. Talvez aí, quiçá, eles se apercebam que, no que toca a eles os dois, absolutamente nada é coincidência.

2 comentários:

  1. Eu disse-te que ia adorar minha Maria das Cenouras! :') this one hits home really hard <3 keep it up <3

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  2. Q lindo :')
    O orgulho complica tudo...

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