segunda-feira, setembro 16, 2013

Sou uma princesa da treta.

Li cada uma das tuas palavras, do princípio ao fim... continuam tão feridas. Tão distantes. Tão ressentidas. Como fui capaz de magoar um homem de tal maneira? Se alguma vez me passou pela cabeça achar que merecias, enganei-me redondamente. Tu nunca mereceste nenhuma da dor que te causei. E como conseguiste continuar a amar-me desse jeito inigualável? 

A forma como tu me amaste, cão raivoso, que nunca dava nada a ninguém e que percorria as ruas à noite sem nenhum rumo certo, foi tão única, tão corajosa, tão... estúpida. Quem me dera poder ligar-te neste momento. Acordar-te e dizer-te que está tudo bem. Ou melhor: poder adormecer contigo, algures numa adega no meio do nada, e acordar assim mesmo... rente aos teus lábios e com os teus braços morenos quentes à minha volta. (Nem precisávamos de cobertores). Ou então ir jantar contigo - um bom bife -, para nos perdermos em horas de conversa, enquanto me mandavas comer tudo e não deixar restos no prato. E os teus beijos? Suaves, doces como caramelo. Pudesse eu ser as tuas palavras, para poder saboreá-los todos os dias. 




Mas, agora, só consigo chorar. Magoei-te. Deitei o teu Mundo abaixo por completo, prometendo-te um melhor, e deixei-te sem nada a que te pudesses agarrar... Nem voltei atrás para ver se ainda respiravas. Segui sempre em frente, sem me importar. Meu Deus, como pude ser tão estúpida, tão insensível, tão bruxa? E tu, tolo, ainda vieste atrás de mim... pudesse eu voltar a essa noite. Essa, em que te fiz chorar. Essa, em que podia jurar conseguir ouvir o teu coração a quebrar aos pedacinhos. E eu nem os juntei. Nem tu. Ficámos os dois a mirá-los, ainda ferventes de dor e a sangrar ao longo da calçada.

Mas eu estou a pagar o meu castigo: perdi-te. Aliás, deixei-me perder-te. Não fosse eu - naquela altura - uma tonta apaixonada pela loucura, pela festa e pelos problemas... Que parva! Pudesse eu voltar atrás e esperar por ti. Talvez, quem sabe?, estaria contigo a fazer conchinha comigo e a dar-me beijos na testa, neste momento. Ou então a falar comigo ao telemóvel, para que a tua voz fosse a última que eu ouvisse antes de adormecer.

Eu ainda te amo. Sempre te amei, mas estava cega. Tal como tu. (Cegueiras diferentes). 
Mas o nevoeiro foi-se com a chegada do Verão... E mal abri os olhos, não te vi e assustei-me. E mal chamei por ti, tu não vieste. E mal te pedi um beijo, tu recusaste. E mal te pedi para ficar, tu mandaste-me embora. Não foste mau, foste justo. E eu fui egoísta.

Não mereço um Homem como tu...
"Só não queria que visses o Sol nascer, sozinho..."

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