sábado, novembro 29, 2014

Quando se ama, não há desculpa(s). E p(r)onto!


Durante todos estes anos, dei por mim a desculpar-te até dizer chega. E de cada vez que me perguntavam porque é que não estávamos juntos, eu saía-me sempre com uma desculpa qualquer; por ti. “Simplesmente não está numa boa fase”; “por agora, não dá. Quem sabe, mais tarde?”. Fazia-lo tão naturalmente, como quem respira.

Apercebi-me, no entanto, de que não o fazia com o intuito de te defender. Nem sequer com o objectivo de não passares por um frio sem escrúpulos. Não. Eu fazia-lo por mim. Todas essas desculpas que entregava a outrem, eram meramente para me aliviarem da dor. A dor que sinto por entre todos estes dias a que não chegas. Pior: a que nunca te vejo (querer) chegar.

Está na hora de ser realista finalmente. Se tu não estás, neste momento, encaixado do meu lado, é porque não o queres realmente; nem fazes por isso. E p(r)onto! E se amanhã eu não acordar numa cama abençoada pela tua companhia, é porque tu escolheste não vir ao meu encontro. E p(r)onto! E se, por entre esta noite fria, nem posso contar com o teu amor a aquecer-me por dentro, é porque tu simplesmente não mo concedes. E p(r)onto!


Deixo-me de desculpas. Cansada já eu estou de desculpar-te a meio mundo. E mais: a mim mesma. Tu apenas não tens vontade de vir ao meu encontro. E muito menos a paciência digna para ficares. Tu apenas não lutaste nem metade do que aquilo que eu seria capaz por ti. E mais: por nós. Tu simplesmente nunca me amaste o suficiente, para permitires que todo o nosso amor nos fosse suficiente. É a verdade em todo o seu esplendor. E haverá verdade mais dolorosa do que essa?

Não. Não há. Porque essa não depende de mim. E pudesse eu fazer alguma coisa para nos salvar! Mas de que me serviria, se sempre fui eu a ser por nós os dois? A manter-se firme por ambos? A sofrer por dois corações (visto que o teu estava demasiado encoberto para sentir o que quer que fosse)? A arrastar-te por esta jornada – ano após ano -, enquanto carregava todo o teu peso às costas? Sozinha. Sempre fui eu sozinha, não é verdade?

O amor pode durar uma vida inteira. Porra, eu nem pedia isso. Só sei que podíamos ter sido mais. Porra, podíamos. Mas tínhamos de ser os dois a querer. E enquanto eu queria cada vez mais, a cada dia que passava, tu enchias-te de dúvidas, de medos e de merdas. Era isto que tu querias, não era? Terminar é sempre mais fácil do que tentar, para ti. E, para ti, desistir é sempre a única saída quando as coisas se complicam demasiado.


Só espero que, um dia, mais tarde, aprendas a amar realmente. E a fazer todas aquelas coisas que – alguém que ama – tem de desesperadamente fazer. E espero também que nunca tenhas de passar por aquilo que eu passei. Ver quem mais amas no mundo a afastar a tua mão; a deitar abaixo o vosso mundo inteiro, e a seguir sem ti, simplesmente por “ser mais fácil”. Como é que aceitar a coisa mais penosa de todas – o Fim – pode ser o caminho certo? E mais: quando nem nos permitiste tentar todos os outros.

Quando se ama, preferimos o nosso próprio fim, ao fim da outra pessoa. Sabes sequer o que isso é? Quando se ama, morre-se de amor; morre-se por falta dele. Deixaste-me morrer e nem te importaste. E agora? Que te posso chamar, se nem do meu amor foste digno?

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