quarta-feira, setembro 08, 2010

you're leaving and you're not taking me with you

stand by me, oasis @

Lembras-te daquele dia, no princípio deste mesmo Verão, quando viemos com uns amigos até à cidade e abancámos em minha casa? O dia nem estava assim tão solarengo e tu não paravas de reclamar que precisavas de usar o computador. Eu, por outro lado, sentei-me ao comprido no sofá a ver um programa qualquer no E! Entertainment, juntamente com os outros, enquanto tu te recolheste no canto da sala, solitário. Lembro-me que, num ápice, adormeci simplesmente. Nem sei durante quanto tempo. Só sei que, algures vindo do fundo da sala, ouvi o teu chamar: "Daniela, porque é que isto não está a dar?!". Assim, bufei e levantei-me, para ir ao teu encontro. Debrucei-me sobre o computador e sim, de facto, não estava a funcionar: "Não vale a pena... Já deu o berro.", limitei-me a dizer, virando-te as costas. "Não, volta! Tenta de novo, vá lá...", pediste-me. Então lá voltei para trás e reiniciei o computador. Ficámos ali, em silêncio, à espera que tal objecto lento arrancasse. Eu, debruçada sobre o teclado para o ecrã; tu, sentado na cadeira na minha direcção. Lembras-te que estavas constantemente a olhar para mim? E eu não parava de perguntar-te: "O que foi?...", e tu nunca me respondias. Rias-te. E eu ria-me. E o computador permanecia igual e isso não iria mudar - já te tinha avisado, mas, mesmo assim, insististe para que tentasse de novo. "Olha, não dá! Desisto.", repliquei, queixosa. Mas tu não desviaste os olhos de mim. Pelo menos até os fechares, enquanto te aproximavas do meu rosto. (...) Lembras-te do que aconteceu a seguir? (...) Eu saí de junto de ti e percorri o corredor, rumo ao meu quarto, com a mala da viola na mão; arrumei-a no armário e, por momentos, bloqueei, sempre a pensar no que acontecera. O que é que significara? Se é que significava alguma coisa... E não levou muito mais tempo até entrares de rompante pelo meu quarto adentro, fechando a porta atrás de ti. Enlaçaste o teu braço no meu tronco e, juntos, caímos sobre a cama. (...) Gostei de cair contigo, porque não doía. E, nesse dia, cativaste em mim uma certeza que, a meados do Verão, me tiraste: que quando fosse para cair, cairíamos juntos.

times are hard
when things have got no meaning

1 comentário:

  1. escreves muito bem, não desistas, nem elimines este blog porque é uma boa fonte onde podes falar do que te vai na alma, apesar de teres deixado recentemente um grande amor, nao acaba tudo aqui :s

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