terça-feira, fevereiro 28, 2012

far from home (…)


Tenho saudades dos meus amigos lá da terra; da minha família; das mais belas paisagens que, apesar de tão familiares, nunca perdem o encanto. De descer as escadas do apartamento e estar no super-mercado dos meus pais - diga-se "a minha despensa". De dar mais umas passadas pela vila pacata e estar no Via Bar, onde só encontro pessoas que me são queridas, empoleiradas pelas mesas, em conversas abertas e paralelas, num ambiente completamente quente e confortável. Sinto falta das tardes passadas no café, com os meus companheiros de vida , ignorando as horas que passam, com o fumo dos cigarros a contornar os nossos sorrisos e os ecos das nossas risadas. De ter toda a gente por perto, sem ter de me meter num transporte público. Tenho saudades da calmaria, da simplicidade da ilha; da paz e da serenidade que todos os dias me ofereciam. Do pôr-do-sol, com as cores mais variadas, a afundar-se no mar, ao final da tarde. De como as noites boas apareciam sempre claras, devido ao céu sempre repleto de estrelas. Tenho saudades das incríveis festas de Verão, que se seguiam, umas a seguir às outras, sem nunca cansar. Sinto falta do vento salgado que tanto despenteia e seca os cabelos, ao longo do dia. Das saídas à noite - sempre nos mesmos bares -, sem que fosse preciso andar muito; livres de perigos. De sentar-me à beira-mar com um caderno de notas, a escrever tudo o que viesse à cabeça, enquanto o som do oceano me embalava. Tenho saudades de conhecer todas as caras, de receber sorrisos por qualquer rua onde passasse. Sinto falta de tudo isso, de tal forma que, só de descrever, ainda me perco mais neste mar imenso de saudades que me envolve, dia após dia.

ilhadopico

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