segunda-feira, abril 01, 2013

Hoje, venho falar-vos do Desamor: o nada, depois do tudo.

Hoje, não vos venho falar de Amor. Venho falar-vos do seu oposto que, ao contrário do que muitos possam pensar, não é o Ódio, mas sim… o Desamor

Desamor é aquela sensação amarga que nos fica nos lábios, outrora, inundados pelo sabor de outra pessoa, que deixou, por alguma razão, de nos beijar. Desamor são as noites passadas em branco, numa cama fria e desbotada, ainda com o aroma de alguém espalhado pelos lençóis. Desamor são as constantes perguntas que nos arrebatam a cabeça e que jamais nos serão respondidas, porque o tempo das respostas entretanto se esgotou, e já não existe ninguém que nos responda. Desamor é não sabermos simplesmente para onde haveremos de ir, por sentirmos que não pertencemos a lado nenhum. Desamor é o vazio da alma, o pesar do coração, as lágrimas tímidas nos olhos. Desamor é, por uns momentos, não acreditar que alguma vez voltaremos a sentir aquela sensação "morna" que tanto nos aquecia no peito. Desamor é a mágoa que fica, depois de se ter perdido alguém que, um dia, tanto amámos e quem a tanto demos de nós. Desamor é a única coisa que o Amor deixa para trás: como uma brisa fria que preenche a sala, depois da janela ter ficado aberta algum tempo; como o rasto fervente dos pneus de um carro que nessa estrada passou...

O Desamor é, no fundo, o luto para com a morte do Amor que cá estava e que não estará mais. E dói. Dói por ser a única coisa que nos resta, depois de já termos tido tanto… É aquele apercebimento de que tudo de foi, mesmo quando, outrora, chegámos mesmo a acreditar que, desta vez, não seria assim… que, dessa vez, seria diferente...

O Desamor, na verdade, é aquela fase a seguir à tempestade… não é bem bonança, é simplesmente o momento em que olhamos, uma última vez, para trás e vemos as ruínas daquilo que já foi um enorme Castelo… para, depois, sem nada que nos chame; sem nada a que nos possamos agarrar, seguirmos para o completo desconhecido, onde não fazemos ideia o que nos espera.  

Soa-te familiar?

2 comentários:

  1. É pior que o ódio essa quase inexistência de amor, a desafeição.
    Escreves muito bem Daniela, vou começar a acompanhar o teu blog.
    um beijinho
    Beatriz

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  2. encontro nas tuas palavras sentimentos vivênciados por muita gente incluindo eu, é bom saber que esse Desamor não é somente sentido por mim.. adoro os teus textos linda (:

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