terça-feira, janeiro 20, 2015

Ouvi dizer... Que não me dizes nada.


Ouvi dizer que estavas melhor sem mim. Já nem sei quem me contou. Mas a notícia veio de fonte segura. Nem soube como reagir. Como? Não faz qualquer sentido. Como é que é possível estares melhor sem mim? Se, outrora, dizias-me, que eu era o melhor da tua vida?

Ouvi dizer que me esqueceste por completo. E que já nem te tropeço nos pensamentos. E que já nem te invado os sonhos que tens à noite. Porquê? Porque é que sou só eu, e eu sozinha, a lembrar-nos por tudo o que fomos? E a sonhar-nos, madrugada após madrugada, como se ainda fôssemos reais? E eu que pensava que jamais teria de ser assim...

Ouvi dizer que encontraste a mulher da tua vida. É calma, serena e não faz grandes dramas. Pacata, como uma maré vazia, que nem remexe, nem se exalta. É isso que tu queres para ti? Alguém tão diferente de mim? Alguém que segue todas as tuas vontades? Alguém incapaz de dizer-te que estás errado? E eu que pensava que querias mais do que isso...


Ouvi dizer que o nosso amor acabou. Podias ter-mo dito a mim. Devias ter sido tu a dar-me essa notícia. Mas não. Tu já nem dizes nada, porque já nem me achas digna da tua voz; da tua presença. E porquê? Como? Como é que foste capaz de nos reduzir a isto? Nem uma carta me enviaste, a proclamar o nosso fim. Nem um sussurro me entregaste, a soletrar um “adeus”. Nada. Porque é que tendes a tratar-me como um nada? Quando, outrora, dizias-me, que eu era tudo aquilo que tu tanto procuraras? O tudo que tu mais querias?

Então, agora eu te digo, depois de ouvir todas estas coisas... Que tu nunca te dignaste a dizer. Mas eu digo-te tudo. E o que é que tenho a perder, se já nem te tenho mais? Vai-te embora e segue sempre. E eu cá hei-de fazer o mesmo. Não é como se me tivesses dado outra opção. Que tola que fui ao acreditar que eu seria o suficiente para te fazer ficar.


O meu problema sempre foi este... Achar que quem mais me quebrou, fosse a mesma pessoa que viria concertar-me. Só vieste para despedaçar-me, não foi? E, depois, deixas-me a ser nada mais do que cacos. Do que um coração desfeito. Do que uma alma vazia. Do que um corpo inerte, incapaz de sentir qualquer toque; qualquer resma de amor.

Ouvi dizer que nunca me amaste... Quem ama, jamais mata quem amou.

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