segunda-feira, junho 13, 2011

love comes & goes at dawn

Ainda me lembro daquela quase-madrugada que passámos, sorrateiros e viajantes, algures no meio de nada, perto de ninguém. Bloqueei, calado, sem tirar os olhos do horizonte coberto de luzes, à nossa frente; à nossa volta, escuro como breu. Senti-te rodear a minha cintura. Senti os teus lábios gelados na curva em vírgula do meu pescoço. Senti-te sussurrar palavras que, infelizmente, já não recordo. Simplesmente porque, naquele momento, o teu toque pareceu-me mais importante do que tudo o resto. Virei-me para ti, encaixando-me no teu abraço. A noite deixou de ser fria. O escuro deu lugar ao sol, que despontou para lá do horizonte, iluminando-nos. Sorrimos, genuinamente. Até que pisquei os olhos, e depois... Já lá não estavas. A noite voltou, escura, e o frio arrebatou-me, violento. Foste-te como num assobio silencioso, sem avisar. E agora, todas as noites, perto da madrugada, vou ali, à tua procura. Passo, então, todo o tempo com a cabeça às voltas, questionando-me "Onde é que errei?", até que uma voz sussurrante, entre o vento, me diz: "Numa noite tão pequena, não consegues uma resposta tão grande como essa."

1 comentário: