quarta-feira, abril 17, 2013

Cartas Deixadas ao Vento (II)



Gastámo-nos demasiado... É disso que mais me arrependo. Apesar de tudo o que nos aconteceu, ainda me dou por mim sozinha, seja onde for, a pensar em ti. Em como gostaria de poder ter-te cá, acima de tudo o resto. E disto, tu jamais vais saber. Nem tu, nem ninguém. A não ser eu mesma. Sinceramente, nunca imaginei que as coisas ficassem assim, deste jeito: arrancados dos braços um do outro, pelo Tempo, pelo Destino e pelo Mundo inteiro, que parecia estar sempre contra nós. Lutámos tanto. Fizemos tanto. Demos tanto... E é este o nada que nos resta? Como é que Os deixámos vencer, meu velho Amor? Tu disseste que jamais iríamos desistir. Então, onde estás tu agora?
A ideia de que foi para isto que fomos feitos, frustra-me. Tínhamos tanto amor, tantos sonhos... E, contudo, faltava-nos o mais importante. Um futuro a que nos pudéssemos agarrar. Saber que agora não passas de Passado, arde-me no coração. E oh, como gostava mesmo que as coisas se tivessem desenrolado doutra maneira. (...) O que me resta mais? Memórias que, por mais que o tempo passe por mim, não desvanecem. E uma imensa realidade, fria e hostil, desprovida de ti. 

Acho que o que me magoa mais, no meio desta situação toda... É que eu acreditava realmente que éramos melhores do que isto.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. Foi o primeiro texto que li escrito por ti. Está mais que bom, está excelente!
    E sim, tens razão, há quem se relacione com ele, sou um desses casos. Enfim, mágoas dum passado que já não volta, e depois de ter estado tanto tempo a tentar que voltasse, finalmente percebi que não passará disso. Só me restam memórias, e assim ficará...

    ResponderEliminar