sexta-feira, novembro 11, 2016

AO (MEU) AMOR...


Eu gosto de ti. Tão simples quanto isso. Mas eu bem sei que não vai ser fácil. Espera aí, deixa-me reformular isto: eu não quero que seja fácil. Eu quero que tudo seja o mais natural, genuíno e real possível, tal como eu e tu somos. Eu quero tudo isso contigo. O mau e o bom, o lindo e o não-tão belo; e também os dias e as noites, até aqueles a que não és capaz de chegar.

Eu quero passear contigo pela praia de mãos dadas, ao fim do dia, enquanto o som da tua voz me vai aquecendo o corpo todo. Eu quero as conversas tardias, por entre insónias, quando ambos nos sentimos tão perdidos e tão solitários, num mundo demasiado grande para estarmos suficientemente perto. Eu quero as madrugadas ao longo da minha cama: tu e eu a fugirmos do sono; o teu corpo fundido ao meu como se tivesse sido desenhado para pertencer ao meu apenas. Eu quero os nossos silêncios confortáveis, que nenhum de nós se atreve a quebrar; a televisão está ligada, mas nós nem nos importamos com isso.

Eu quero tudo isso contigo. Eu quero os abraços que me dás assim que me apanhas na estação de comboios, após uma viagem interminável, e que tanto fazem o meu coração bater incontrolável. E também quero os beijos que me dás sempre que nos despedimos no mesmo local, e que tanto sabem à incerteza e à dor de nem saber quando voltarei a ter-te comigo. Eu quero as nossas mãos entrelaçadas, enquanto as horas se esvaem por entre os nossos dedos, sem que sequer demos por isso.

Eu gosto de ti. E como é bom valer tão a pena gostar de ti como eu gosto. E tu vales tanto a pena… Eu adoro tudo isso em ti: o teu lado engraçado, um tanto idiota; o teu lado sério, que me fita nos olhos, chegando até a intimidar-me, por vezes. O teu lado farto das injustiças da vida; e o teu mais sonhador, que tanto aguarda por um mundo melhor. Adoro o quanto me fazes rir, que até me esqueço da facilidade com que poderias fazer-me chorar.

Eu quero tudo isso contigo. Quero compreender-te nos momentos em que não te consegues expressar. Quero entender-te nas alturas em que nem és capaz de te entender a ti próprio. Quero agarrar-te nos meus braços as vezes que forem precisas, até saberes o quanto quero que fiques cá. Quero deixar-te partir, assim que chega a hora, com a certeza de que voltarás sempre.

E eu bem sei que não vai ser fácil. Não faz mal: eu não quero que seja. Mas quero que saibas que, por ti, revirarei tudo, encurtarei quaisquer distâncias, esperarei o tempo que for preciso. E quero que nunca te esqueças que estamos juntos nesta jornada, para o que der e vier. Para o bom, para o mau, para o lindo e para o não-tão belo. Para os dias e para as noites, até naqueles em que temos de adormecer e acordar sem o outro.

Eu gosto de ti. Tu gostas de mim. E como é bom estar-se com quem se gosta…

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